Malditas Lagostas
E a televisão ganhou cores! A partir de então pudemos assistir a tudo o que se passava na caixa mágica com o colorido do mundo real. O azul do firmamento, o verde dos olhos da Nicole Kidman e o vermelho... hmm... das lagostas?! Ou seria o vermelho – aquele vermelho – que passa uma sensação de violência como o resultado de um golpe súbito? Como no filme ‘A Lista de Schindler’, todo em preto e branco, no qual uma pequena garota corria com um casaco vermelho. Era a única cor e retratava a violência. Sensação transmitida no decorrer da programação – aberta, é claro – sem censura e que não obedece a nenhum critério ou ética. Ou ainda pior: que não possui respeito pela razão elementar de sua existência, o público.
Acredito, caro leitor, que exemplificar violência ou um de seus atos seja irrelevante. É de maior praticidade qualificá-la: para todas as causas e efeitos, deixo claro que o uso da palavra violência, quando mencionada neste texto, fará referência tanto a atos de barbárie – física, desumana ou de natureza parecida, quanto àqueles atos que podem ser reconhecidos como violência intelectual – como o conteúdo (ou a falta dele) de um programa de domingo.
Deixando meu anúncio de utilidade pública de lado (vulgo parágrafo anterior) e retomando o manifesto: a programação – aberta, como já declarado – da televisão deveria ser, como em certos quadros, uma espécie de natureza morta. Portanto, seria preciso captar a alma das coisas, ressaltando os aspectos que mais impressionam os sentidos, destacando o seu caráter. Suas peculiaridades. Ao invés disso, a televisão perdeu sua peculiaridade. Um quadro em movimento que transmite som. Sem conteúdo. E daí? Deixou apenas de ser monocromática. De resto é monótona, monomaníaca e um monólogo. Monótona por sua uniformidade na programação (mais parece uma receita de bolo); monomaníaca pelo vício criado em programas sem conteúdo; e um monólogo por não ouvir o seu sócio-majoritário, o público. A escolha de programas deveria ser feita sempre pensando no telespectador.
Prezado leitor, fica aqui o meu apelo por uma televisão de melhor qualidade, com critérios definidos e conteúdo. Afinal de contas, prefiro sempre ver os olhos verdes da Nicole Kidman ao vermelho das... lagostas (?!).
6 Comments:
Hou hou hou
que texto massa... vocabulariozinho complexo, acho legal escrever assim, so num consigo =P
Mais... abaixo a televisao... eu num assisto, é taum bobo, sei lá.
(nao tenho um final pra escrever...)
=**
Gostou das lagostas vermelhas heim!!!
:0)
to zuando...
texto muito bom! Sabe escrever bem heim! :0)
Boa sorte com blog.
beijoss
aaeeee
fera o texto.. poh, faz jornalismo soh.. tu escreve bem.. hehueuheu
=)
continua com o blog msm, ta ficando legal..
so nao escreve sempre sobre assuntos serios, huehuehuuhee..
abracoooo
Texto muito inteligente, adorei o modo como vc escreve! :) abraços!!
Você me surpreendeu cara! Escreve muito bem.
Quanto à "disfunção narcotizante" que ocorre na TV, bem como em qualquer meio de comunicação de massa, o indivíduo é bombardeado de informações e fica alienado por esta sorbecarga, não ocorrendo o feedback. Você devia fazer comunicação! :)
QUem diria...
O Carlos escrevendo... doidera hein!
Depois dessa nem vou mais assistir TV...rsrsrs!
Continua assim que os textos estão bons, aliás, procure sempre melhorar.
Postar um comentário
<< Home